Em abril irá comemorar-se os 50 anos do 25 de Abril, num ciclo denominado “Amanhã, livre”, em colaboração com o Jornal do Fundão.
Nos 50 anos de um momento decisivo para Portugal, para a democracia e a liberdade, o Cineclube Gardunha propõe-se a olhar o passado, relembrar os processos utilizados pela ditadura, bem como o momento revolucionário a quente e os seus efeitos posteriores.
No dia 2 de abril, n’A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes, às 21h30, será exibido o filme “A Flor do Buriti”, uma “luta perpétua, até aos dias de hoje, do povo indígena Krahô, habitantes do território denominado kraholândia: área que compreende as fronteiras entre os estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, no Brasil. Hoje, diante de novas ameaças, a resistência, a luta fundamental pelos direitos e liberdades, continua”. Os realizadores Renée Nader Messora e João Salaviza estarão presentes na sessão.
No dia 9 de abril, às 21h00, n’A Moagem, irá ter lugar uma sessão dupla, que será prestada homenagem a JAIME, de António Reis, que estreou em Portugal em 1974, um filme com a mesma idade da revolução de abril. Ante-estreado no Fundão pouco antes da revolução, no âmbito do aniversário do Jornal do Fundão, contou com a presença de grandes figuras, de Eugénio de Andrade a José Cardoso Pires ou a Fernando Lopes-Graça, bem como o próprio António Reis e Margarida Cordeiro. O Jaime retratado no filme é natural do Barco, concelho da Covilhã, tendo este filme uma forte ligação à região. De seguida, será exibido o filme/documento “Torre Bela”, do alemão Thomas Harlan, que o realizador “continuou a montar e a remontar obcessivamente até ao fim dos seus dias – existindo por isso múltiplas e diferentes versões – mostra-nos as promessas e utopias dos movimentos cooperativistas, dos trabalhadores rurais, a ascensão e queda de uma prática comunitária livre e igualitária. Fernando Paulouro e Isaura Reis participarão numa conversa logo após o filme.
A 12 de abril, na livraria “Livros Tintos”, às 21h00, dando seguimento a um pequeno ciclo de quatro filmes com esta livraria, será homenageado o escritor americano Hunter S. Thompson e o seu “Fear and Loathing in Las Vegas”. A homenagem será feita com a leitura de trechos da sua obra, num projeto pessoal de Johnny Depp, que deu, literalmente, o corpo ao manifesto como protagonista. “O inventor do jornalismo Gonzo – reportagem furiosamente na primeira pessoa – símbolo da contracultura e alguém que viveu a sua vida e a sua profissão nos seus termos, no fundo é um revolucionário humanista, anti-imperialista e apaixonadamente livre”.
No dia 16 de abril, n’A Moagem, às 21h30, será exibido o filme “48”, de Susana de Sousa Dias, que retrata um regime fascista e os seus processos, através de fotografias e dos depoimentos de quem foi preso e torturado pela máquina do regime Salazarista.
A 23 de abril, n’A Moagem, às 21h30, será exibido o filme “Cavalo Dinheiro”, o culminar do trabalho de Pedro Costa com a comunidade cabo-verdiana a residir em Lisboa. “Assim vimos o outro lado da revolução de abril, através dos olhos e das histórias de expatriados perdidos numa terra que os assombra. Sem bairro, sem comunidade, sem os seus, Ventura, o mais fabuloso ser da galeria dos filmes de Costa, vagueia pelas sombras de promessas perdidas”. João Dias, montador do filme e residente no concelho do Fundão, estará presente.
A fechar o mês, a 30 de abril, poderá ver o filme “Eu Capitão”, do cineasta italiano Matteo Garrone, “célebre pelo relato brutal e perturbador sobre a máfia de Nápoles que urdiu em Gomorra, narra agora a odisseia de um jovem senegalês de Dakar em busca de uma Europa mítica, numa arriscada travessia do Mediterrânea a bordo de um barco sobrelotado, depois de ter enfrentado a hostilidade do deserto e a crueldade dos centros de detenção na Líbia”. Com a presença de João Mota, Técnico Superior do Centro para as Migrações do Fundão e de mais convidados.
A entrada é livre. Faça a reserva do seu lugar através do e-mail Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. ou do contacto telefónico 275 773 032 (custo de uma chamada para rede fixa nacional).
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Em março, a celebrar a chegada da Primavera, haverá uma semana dedicada à terra, à transumância, ao território e ao sentido de comunidade e memória coletiva, com a dinamização da iniciativa “Através da Terra – Projeto de Histórias e Memórias da Terra”, de Vera Alvelos, entre os dias 18 e 24 de março de 2024.
O espaço d’A Moagem irá transformar-se num espaço de evocação da terra e das múltiplas experiências que proporciona, num evento em que se partilham também conhecimentos, através de encontros entre membros da comunidade.
De 18 a 24 de março, estará patente uma instalação que será constituída por: “Choça e Elementos da Terra”, uma choça montada pelo pastor Aristides Vendeiro que será âncora para um número variado de objetos e matérias da terra; “Sons da Terra”, uma peça sonora de Luís Antero que irá levar os visitantes pelos caminhos da montanha e do território, uma geofonia do lugar; “Álbum de Família”, constituído por um conjunto de fotografias recolhidas junto da comunidade que compõe um grande painel de momentos únicos, rumo a uma memória coletiva local.
De 18 a 22 de março, terão lugar visitas ao espaço criado com escolas, com a iniciativa “Mergulhar na Terra”, em que os alunos irão mergulhar num universo sensível que tem moldado a identidade local, através de experiências sensoriais entre lã e a terra, descobertas e histórias contadas. Esta visita que permite um mergulho no imaginário local será aberta às famílias, com crianças a partir dos quatro anos, no dia 23 de março, sábado, às 11h00.
Nos dias 22 de março, às 21h00, e 23 de março, às 16h00, terá lugar a sessão de histórias com membros da comunidade “Histórias da Terra”, em que um conjunto de pessoas da comunidade irá partilhar as suas histórias e memórias num momento performativo informal dirigido a todos.
No dia 23 de março, sábado, às 21h30, terá lugar o Concerto para Olhos Vendados, de Luís Antero, numa viagem pelos sons da nossa paisagem e elementos identitários do território. Uma experiência para ouvir e sentir de olhos vendados.
De seguida terá lugar o Encontro com o Pastor Gil Cabecinha, um pastor que irá relembrar as noites frias passadas nos montes com os rebanhos, partilhando diversas histórias.
No domingo, dia 24 de março, às 11h00, irá ter lugar a Oficina de Queijos, dinamizado pela Casa do Queijo da Orca, de forma a dar a conhecer a arte de fazer o queijo e num momento em que os participantes terão a oportunidade de fazer um queijo.
De seguida, às 13h00, terá lugar um almoço partilhado, numa mesa onde irão partilhar sabores e se irá conviver.
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