No mês de novembro, o Cineclube Gardunha inaugura um ciclo especial que tem vindo a ser trabalhado, “Por todos os refúgios, como a Gardunha” – Ciclo Cinema e Ecologia, que irá estender-se a 2026 e que conta com programação e organização de Bruno Ramo, Marta Ramos e José Oliveira, com apoio à programação de Elaine Mclaughlin.
Ainda com os incêndios com a memória bem viva dos grandes incêndios que fustigaram a região, e num tempo em que a relação entre humanidade e natureza exige novos equilíbrios e pede mais gestos de cuidado, o ciclo “Por todos os refúgios, como a Gardunha” convida a olhar a terra através da lente da agroecologia.
“Aqui, o olhar do cinema invoca essa proximidade necessária ao enraizamento, à resistência e à persistência, ao amparo do refúgio que encontramos no que a terra nos oferece e de quem nela e dela vive”. Ao longo das sessões serão exploradas diferentes narrativas “que nos aproximam da realidade concreta da natureza: histórias de resistência, de regeneração, de interdependência e de cuidado”. Serão exibidos filmes “que demonstram que estas formas de entender e restabelecer o vínculo entre o lugar, a comunidade e a vida são, ao mesmo tempo, gestos políticos e poéticos”.
A maioria das sessões irão decorrer em aldeias do concelho do Fundão, territórios onde a relação com a terra se mantém viva e onde persistem modos de vida e saberes que resistem aos tempos modernos. “Levar o cinema a estes lugares é um ato de resistência e um gesto de reconhecimento e retribuição”.
O ciclo arranca no dia 8 de novembro de 2025, sábado, na Casa da Poesia Eugénio de Andrade, na Póvoa de Atalaia, às 18h00, com o documentário “Chamamento da Floresta: A Sabedoria Esquecida das Árvores”, de Jeffrey McKay. O filme acompanha a cientista Diana Beresford-Kroeger, que investiga a nossa profunda ligação biológica e espiritual com as florestas. As árvores fornecem alimento, produzem medicamentos e libertam o oxigénio que permite a vida. Este filme “faz soar o alarme, ao apelar a uma ação imediata à escala global, mas também propõe que cada um de nós faça a sua parte – simplesmente plantando árvores nos nossos quintais e bairros".
No dia 11 de novembro, terça-feira, às 21h30, na CooLabora, na Covilhã, será exibido “Agroecologia em Movimento”, de João Garrinhas. Um filme em jeito de manifesto que, acompanhando o que está a acontecer, de norte a sul do país, demonstra que é possível fazer agricultura de forma mais justa e ecológica. Um olhar sobre os movimentos AMAP – Associações para a Manutenção da Agricultura de Proximidade e CSA – Comunidades que Sustentam a Agricultura, que pretendem revolucionar a forma de fazer agricultura e a relação entre quem produz e quem compra, criando comunidades em torno do alimento.
A 22 de novembro, sábado, às 18h00, na Casa do Bombo, em Lavacolhos, será exibida a película “Águas do Pastaza”, de Inês Alves, que mergulha no rio Pastaza, em plena floresta Amazónica, na fronteira entre o Equador e o Peru, onde as crianças da etnia equatoriana Achuar vivem em profunda comunhão com a natureza. O seu quotidiano, passado entre as águas do rio e a copa das árvores, é marcado pela liberdade e por um forte sentido de cooperação. Desta forma, a realizadora mostra-nos “uma forma de viver a infância que hoje já quase desapareceu no mundo urbanizado e globalizado. Os miúdos vagueiam livres e valem-se da sua imaginação e uns dos outros sem a presença de adultos, o que lhes permite criar um forte sentido de comunidade, mas também de autonomia e profunda compreensão da natureza que os rodeia”.
A entrada para as sessões deste ciclo é feita mediante um donativo. No final de cada sessão haverá um momento de conversa entre o público e os guardiões – “pessoas convidadas que, de diferentes formas, se relacionam com o tema deste ciclo”.
Fora deste ciclo, será exibido n’A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes, no dia 4 de novembro, terça-feira, às 21h00, o filme “Springsteen: Deliver Me From Nowhere”, de Scott Cooper, que consiste “numa ficção com um fortíssimo lado documental que acompanha um período fundamental da vida e da carreira de Bruce Springsteen”. O ano é 1982 e, à porta do estrelato global, o jovem músico “recolhe-se numa luta entre os seus fantasmas pessoais e as expectativas comerciais”.
O mês de novembro também terá uma sessão do Cineclube Júnior, que terá lugar no dia 15 de novembro, sábado, às 15h00, na Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade, com a exibição de “A Minha Vida de Courgette”, um filme de animação inspirado na obra do escritor francês Gilles Paris, “Autobiographie d’Une Courgette”, e realizado pelo suíço Clude Barras. “Um menino chamado Ícaro, mais conhecido pela sua alcunha de Courgette, vai para um orfanato depois da trágica morte da mãe. Com a ajuda do polícia Lourenço e dos seus amigos Camila e Simão, irá descobrir uma nova luz que o ajudará a esquecer as tragédias”.
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No âmbito do Moazz – Ciclo de Jazz do Fundão, irão subir ao palco d’A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes, no dia 7 de novembro de 2025, às 21h30, João Paulo Esteves da Silva e o Fundão Jazz Ensemble.
Para esta edição do Moazz 2025 abriu-se uma nova linha de programação através de uma proposta de criação em que um músico consagrado do meio do Jazz se junta a um grupo de jovens músicos da região. Assim nasceu o Fundão Jazz Ensemble, formação que irá atuar ao lado do pianista João Paulo Esteves da Silva.
Para além de música, este concerto terá uma componente poética trazida por João Paulo Esteves da Silva, que se propôs, para este concerto, a musicar poesia de José Alberto Oliveira (1952-2023), poeta nascido no Souto da Casa, no concelho do Fundão.
As composições serão interpretadas pelo próprio João Paulo Esteves da Silva ao piano e, na leitura de poemas, por Margarida Geraldes na voz, Luís Melo no clarinete, José Amoreira no contrabaixo e Gonçalo Alves na bateria.
Em janeiro de 2009, a cidade do Fundão deu início ao Moazz – Ciclo de Jazz do Fundão. Durante cerca de três anos, o Jazz marcou presença no primeiro sábado de cada mês. Foram muitos os nomes que passaram pela Moagem – Cidade do Engenho e das Artes, sendo possível ver também exposições e concertos comentados.
Na altura, esta iniciativa teve como objetivo mostrar o que se ia fazendo na área do Jazz, educando o gosto e formando públicos. Numa região onde não abundava a oferta no âmbito deste género musical, o acolhimento excedeu todas as expetativas.
O bilhete terá o custo de seis euros, com descontos para estudantes, maiores de 65 anos e grupos (quatro ou mais pessoas). Poderá fazer a reserva do seu bilhete através do e-mail Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. ou do contacto telefónico 275 773 032 (custo de uma chamada para rede fixa nacional).
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